.
sandálias de papel em dia de chuva
é o que você, confiante, agora calça
e ainda acha que nada te ameaça...
tente apenas ver em que direção
o vento forte insiste e agora sopra
e em que ponto a luz dobra...
e faz tudo em círculos girar
não há espaço pra você
não vê?
não vê.
que azar, são várias poças
e os pingos não findam
brindam e então caem
como as moças
não veja. não vê?
de que lado estou?
em baixo, bem rente
ao solado dos teus pés
pula, dá voadora
entra de sola com os dois pés
a chuva te aguarda, vai
pode confiar em mim.
vitório vilas
Friday, September 28, 2007
Wednesday, September 19, 2007
parabéns.
.
uma tarde apenas
é o que peço pra fazer
valer a pena
uma existência regada
a gotas de você.
um atar de cenas
demais até pra esquecer
a dor pequena
d'uma não-vida marcada
a longas secas de você
dos caracóis amarelos
quero apenas a casa
o abrigo dos milhares
de fios em minhas mãos.
puxa. puxo.
puxa vida. faz tanto tempo.
e ontem faz hoje, agorinha
parecer ser.
Vitório Vilas
uma tarde apenas
é o que peço pra fazer
valer a pena
uma existência regada
a gotas de você.
um atar de cenas
demais até pra esquecer
a dor pequena
d'uma não-vida marcada
a longas secas de você
dos caracóis amarelos
quero apenas a casa
o abrigo dos milhares
de fios em minhas mãos.
puxa. puxo.
puxa vida. faz tanto tempo.
e ontem faz hoje, agorinha
parecer ser.
Vitório Vilas
Wednesday, September 12, 2007
Sunday, August 12, 2007
dos males, o menor
.
e se de repente o cara, que não tinha a menor intenção e nem vontade, vai lá e, mesmo assim, faz? o que é que pensariam se ele, que nunca sequer pareceu esse tipo de pessoa, nunca antes dera motivos para que nem mesmo suspeitassem que ele seria capaz de tal coisa; se ele ao menos tencionasse o ato, o que será que repetiriam os alaridos? se as coisas das quais ele fosse capaz e essas sabidas por todos nunca tivessem sido indícios, agravantes... infelicidade do destino, talvez, mas o que importa é que ele fez. e então, qual das pedras você atiraria?
fica difícil responder sem saber do que se trata, é bem verdade, mas infelizmente não posso contar o que sei. digo apenas que é algo tão feio, tão podre e desumano que você não quereria saber quem o cometeu.
eu sei os dois. quem fez e o que fez. mas sofre bem mais que eu ele, que sabe, além de si e de seus atos, de suas razões.
isso me basta para viver feliz.
Vitório Vilas
e se de repente o cara, que não tinha a menor intenção e nem vontade, vai lá e, mesmo assim, faz? o que é que pensariam se ele, que nunca sequer pareceu esse tipo de pessoa, nunca antes dera motivos para que nem mesmo suspeitassem que ele seria capaz de tal coisa; se ele ao menos tencionasse o ato, o que será que repetiriam os alaridos? se as coisas das quais ele fosse capaz e essas sabidas por todos nunca tivessem sido indícios, agravantes... infelicidade do destino, talvez, mas o que importa é que ele fez. e então, qual das pedras você atiraria?
fica difícil responder sem saber do que se trata, é bem verdade, mas infelizmente não posso contar o que sei. digo apenas que é algo tão feio, tão podre e desumano que você não quereria saber quem o cometeu.
eu sei os dois. quem fez e o que fez. mas sofre bem mais que eu ele, que sabe, além de si e de seus atos, de suas razões.
isso me basta para viver feliz.
Vitório Vilas
Tuesday, August 07, 2007
"essa noite não"
.
desde que vi o vermelho-baton dos seus grandes lábios carnudos não consigo parar de pensar em ti. é tão bom gosto que exala, a humi(l)dade tua, a carne nua. e a vida lá fore corre que só. e aí dentro do teu vestido, roupa de baixo sei que não há. e sei que é só pra me encantar. pra me deixar ver apenas o vermelho-baton dos teus lábios e mais nádegas. mas aqui, cá onde estou, não tem você, só tem teu cheiro cheiroso, tua lembrança formosa e tua voz ecoando. fico quieto, lembrando dos teus movimentos lisos, a textura da tua pele com frio ou calor; o gosto do teu suor e da tua saliva e do gosto dos teus grandes lábios carnudos. lembro da moldura dos teus seios que guardo na memória e apalpo no ar, desenhando com a palma das mãos e as pontas dos dedos os segredos deles que são só teus, tão teus. e nesse vai e vem de orgasmos imagéticos, durmo, enfim, esperançoso de que sonhe sobre ti.
Vitório Vilas
desde que vi o vermelho-baton dos seus grandes lábios carnudos não consigo parar de pensar em ti. é tão bom gosto que exala, a humi(l)dade tua, a carne nua. e a vida lá fore corre que só. e aí dentro do teu vestido, roupa de baixo sei que não há. e sei que é só pra me encantar. pra me deixar ver apenas o vermelho-baton dos teus lábios e mais nádegas. mas aqui, cá onde estou, não tem você, só tem teu cheiro cheiroso, tua lembrança formosa e tua voz ecoando. fico quieto, lembrando dos teus movimentos lisos, a textura da tua pele com frio ou calor; o gosto do teu suor e da tua saliva e do gosto dos teus grandes lábios carnudos. lembro da moldura dos teus seios que guardo na memória e apalpo no ar, desenhando com a palma das mãos e as pontas dos dedos os segredos deles que são só teus, tão teus. e nesse vai e vem de orgasmos imagéticos, durmo, enfim, esperançoso de que sonhe sobre ti.
Vitório Vilas
Thursday, August 02, 2007
piro
.
with gasoline on my shoulder, i walk over fire
and the entire world knows who i am
i'm the one made of nothing
i'm the one that lives nowhere
the thing you people call "dare"
i just don't exist
if you resist... if you refuse
just don't abuse, i'll find out
anyways... the days run fast
pretty fast...
with gasoline on my shoulder
i smoke my last cigarrete
people i've met can be seen
from the deepest inside part
of my head...
my mind burns
flames chemistry explains
in small parts of a second
i'll be simply remains...
with gasoline on my shoulder, i walk over fire...
over fire.
Vitório Vilas
with gasoline on my shoulder, i walk over fire
and the entire world knows who i am
i'm the one made of nothing
i'm the one that lives nowhere
the thing you people call "dare"
i just don't exist
if you resist... if you refuse
just don't abuse, i'll find out
anyways... the days run fast
pretty fast...
with gasoline on my shoulder
i smoke my last cigarrete
people i've met can be seen
from the deepest inside part
of my head...
my mind burns
flames chemistry explains
in small parts of a second
i'll be simply remains...
with gasoline on my shoulder, i walk over fire...
over fire.
Vitório Vilas
Tuesday, July 31, 2007
selecione "eu concordo" para continuar.
.
faz um favor pra mim aqui
pequeno, prometo. do tamanho de mim
em ti
me esquece.
me deleta de onde resido em ti
imagens, sons, movimentos.
shift del
sem chance de retorno.
se sentir saudade?
vontade de me executar?
download me. mas não me salva em ti.
nunca mais. apenas executa. clica "abrir"
nunca mais "salvar destino como"...
não me quero mais só teu
é isso. entendeu?
sou agora freeware.
free, ué.
Vitório Vilas
faz um favor pra mim aqui
pequeno, prometo. do tamanho de mim
em ti
me esquece.
me deleta de onde resido em ti
imagens, sons, movimentos.
shift del
sem chance de retorno.
se sentir saudade?
vontade de me executar?
download me. mas não me salva em ti.
nunca mais. apenas executa. clica "abrir"
nunca mais "salvar destino como"...
não me quero mais só teu
é isso. entendeu?
sou agora freeware.
free, ué.
Vitório Vilas
emeeseênicas
.
"beliscão..... ui.... isso eu estilo. ainda mais se for onde as cócegas nascem"
é? elas nascem, não sabia?
onde? em árvores, ué? tem gente que planta, tem gente que colhe
como tudo na vida. você sabe como funciona.
claro que não, foi uma piada
as cócegas nascem mesmo
é do nada.
ali, entre as costelas
bem entre elas. ou acima
e não há vacina
que as previna. nem adianta tentar...
ocorrem também no pé
no suvaco ou no pescoço
na virilha é que é
gostoso.... ou peri gozo
isso segundo uma amiga...
há também quem diga
que cócegas não sente
não sei se é insensível
ou se mente... quem souber
ria.
cócegas. dizem que podem matar
matar mesmo, de morte sem ar
asfixia, entende?
era o que minha mãe sempre dizia
ou seria outro parente?
"pára com isso que asfixia"
asfixia...
nunca tentei e óbvias são as razões
mas já chorei de tanto rir
e já morri de rir
não é igual a morrer morrer
nem tem a graça de rir por si só
mas é paradoxal
transcedental
é... chato pra caralho, isso sim.
dá vontade de mijar nas calças
vontade, claro, é modo de dizer
ou alguém aqui é bizarro o suficiente
pra mijar nas calças e depois sorrir
mostrando os dentes?
pff... cócegas. quem explica?
sorrir e chorar. sorrir e mijar.
sorrir sem vontade, por causa
de fricção.
cócegas... sementes que nascem
nas pontas dos dedos
nas cerdas das penas dos desenhos
nas linguas das moças avoroçadas
de onde brotam risadas
lágrimas
e mijadas.
cócegas... vai entender.
Vitório Vilas
"beliscão..... ui.... isso eu estilo. ainda mais se for onde as cócegas nascem"
é? elas nascem, não sabia?
onde? em árvores, ué? tem gente que planta, tem gente que colhe
como tudo na vida. você sabe como funciona.
claro que não, foi uma piada
as cócegas nascem mesmo
é do nada.
ali, entre as costelas
bem entre elas. ou acima
e não há vacina
que as previna. nem adianta tentar...
ocorrem também no pé
no suvaco ou no pescoço
na virilha é que é
gostoso.... ou peri gozo
isso segundo uma amiga...
há também quem diga
que cócegas não sente
não sei se é insensível
ou se mente... quem souber
ria.
cócegas. dizem que podem matar
matar mesmo, de morte sem ar
asfixia, entende?
era o que minha mãe sempre dizia
ou seria outro parente?
"pára com isso que asfixia"
asfixia...
nunca tentei e óbvias são as razões
mas já chorei de tanto rir
e já morri de rir
não é igual a morrer morrer
nem tem a graça de rir por si só
mas é paradoxal
transcedental
é... chato pra caralho, isso sim.
dá vontade de mijar nas calças
vontade, claro, é modo de dizer
ou alguém aqui é bizarro o suficiente
pra mijar nas calças e depois sorrir
mostrando os dentes?
pff... cócegas. quem explica?
sorrir e chorar. sorrir e mijar.
sorrir sem vontade, por causa
de fricção.
cócegas... sementes que nascem
nas pontas dos dedos
nas cerdas das penas dos desenhos
nas linguas das moças avoroçadas
de onde brotam risadas
lágrimas
e mijadas.
cócegas... vai entender.
Vitório Vilas
em família
.
se deu vontade de bater
se deu vontade de espancar
não bateu por que?
deu medo, foi? deu medo?
deu medo não, garoto
deu receio de machucar
a carne é a fraca e o osso
duro
e tu bem sabe, tu não é duro
na queda
mas é tão corajoso quanto burro
que grande merda é você
não tem coragem de bater
e brada esse seu velho
blah blah blah
pois bem, garoto
está você a me desafiar
até que enfim
percebeu...
quem mais avisou fui eu
mãos, braços
pernas e cascos
o chão é o palco
do circo sem graça
de uma briga entre irmãos
sem vencedores ou vencidos
foi só mais uma...
e logo mais, no jantar
faz favor, passa o pão
Vitório Vilas
se deu vontade de bater
se deu vontade de espancar
não bateu por que?
deu medo, foi? deu medo?
deu medo não, garoto
deu receio de machucar
a carne é a fraca e o osso
duro
e tu bem sabe, tu não é duro
na queda
mas é tão corajoso quanto burro
que grande merda é você
não tem coragem de bater
e brada esse seu velho
blah blah blah
pois bem, garoto
está você a me desafiar
até que enfim
percebeu...
quem mais avisou fui eu
mãos, braços
pernas e cascos
o chão é o palco
do circo sem graça
de uma briga entre irmãos
sem vencedores ou vencidos
foi só mais uma...
e logo mais, no jantar
faz favor, passa o pão
Vitório Vilas
Sunday, July 22, 2007
...
.
socorro. eu não sei mais escrever
não saberia sequer começar
o que nem sei o que quereria falar
esqueci mesmo.
da técnica, do jeito, do sotaque
dos assuntos que se falam
quando quer se falar
seja de pé em frente ao espelho
ou ao pé do ouvido
sempre em cima, em pleno desespero
sinta o que for sentido
esqueci. não lembro mais.
de como mexe a boca
de como enrola a lingua
de como os dentes cortam o vento
advindo direto da garganta
esqueci de como se faz vibrar
uma pá de cordas vocais
cheguei até a esquecer
que me havia uma boca...
foi aí que me toquei.
eu só me lembrava das palavras.
soltas ... todas soltas. assim ...
"..."
"soltas"
Vitório Vilas
socorro. eu não sei mais escrever
não saberia sequer começar
o que nem sei o que quereria falar
esqueci mesmo.
da técnica, do jeito, do sotaque
dos assuntos que se falam
quando quer se falar
seja de pé em frente ao espelho
ou ao pé do ouvido
sempre em cima, em pleno desespero
sinta o que for sentido
esqueci. não lembro mais.
de como mexe a boca
de como enrola a lingua
de como os dentes cortam o vento
advindo direto da garganta
esqueci de como se faz vibrar
uma pá de cordas vocais
cheguei até a esquecer
que me havia uma boca...
foi aí que me toquei.
eu só me lembrava das palavras.
soltas ... todas soltas. assim ...
"..."
"soltas"
Vitório Vilas
Monday, July 16, 2007
Thursday, July 05, 2007
estrelismo, dizem uns... eu? eu me calo.
.
pensa que eu não te vejo aí
a me ler?
eu vejo, sim... vejo sempre que você vem.
o que se passa, porém? não tenho mais te visto
com frequência
não te agrada mais a minha demência?
meus devaneios mais parecem esperneios
em busca de atenção?
vai dizer não mais crer
que escrevo em vão meu coração?
cansou-se de meu verbo
meus períodos compostos por orações sem sujeito?
ora essas, sou ateu. quem mais reza pra ninguém
sou eu.
e pra os meus trocadilhos, te falta tempo?
eu te vendo um pouco, que tal?
troco por visitas íntimas, envolvimento afetivo
com minhas palavras
meus adjetivos, todos teus... que tal?
transformo em começo, por você, meu ponto final
minhas reticências nunca o silêncio
não mais...
e se, por você, um cais?
um rapaz na volta pra casa
na rua escura e deserta... ao teu lado
nunca do oposto.
e se, por você, um rosto familiar
vago, porém familiar para olhos amnésicos...
e se, só por você
analgésicos em dias de sol, calor
e enxaqueca?
e se, somente por você, tudo?
que tal?
você volta amanhã?
Vitório Vilas
pensa que eu não te vejo aí
a me ler?
eu vejo, sim... vejo sempre que você vem.
o que se passa, porém? não tenho mais te visto
com frequência
não te agrada mais a minha demência?
meus devaneios mais parecem esperneios
em busca de atenção?
vai dizer não mais crer
que escrevo em vão meu coração?
cansou-se de meu verbo
meus períodos compostos por orações sem sujeito?
ora essas, sou ateu. quem mais reza pra ninguém
sou eu.
e pra os meus trocadilhos, te falta tempo?
eu te vendo um pouco, que tal?
troco por visitas íntimas, envolvimento afetivo
com minhas palavras
meus adjetivos, todos teus... que tal?
transformo em começo, por você, meu ponto final
minhas reticências nunca o silêncio
não mais...
e se, por você, um cais?
um rapaz na volta pra casa
na rua escura e deserta... ao teu lado
nunca do oposto.
e se, por você, um rosto familiar
vago, porém familiar para olhos amnésicos...
e se, só por você
analgésicos em dias de sol, calor
e enxaqueca?
e se, somente por você, tudo?
que tal?
você volta amanhã?
Vitório Vilas
exceOpcionais
.
dia desses ouvi sobre um cara
que disse ter conseguido ficar invisível
pôs-se em frente ao espelho sem, porém
fazer pose
fechou os olhos e pronto; nunca mais se viu
invisí-viu?
ele não.
num outro dia, ouvi sobre uma moça
que dizia conseguir enganar todo e qualquer trouxa
a começar por si mesma.
desde pequena mente pra si.
mente tanto, mente muito, muito mesmo
que todos crêem nas mentiras que ela conta
a começar por ela
sua vida é poesia e prosa
menti-rosa?
sim, pra ela.
hoje, no entanto, a maior das maiores
me veio assim, por acaso, quase que sem querer
aos ouvidos
ouvi falar de um cara que sabia não ouvir
não era questão de prestar ou não atenção
era mais como uma função "mute" de tv
ele apertava o mamilo esquerdo e ...
chamaram-lhe de mentiroso.
todavia, não ficou nervoso
sabia que era apertar o mamilo
o esquerdo
e todo e qualquer segredo
continuaria assim...
secreto.
amanhã certamente ouvirei de outros especiais
diferentes e coisas e tais
que sabem isso, que fazem aquilo
que são sempre únicos
púnicos... todos.
traem a própria sorte
ao revelarem segredos tamanhos
quem não quererá agora seus ganhos
a começar por mim...
todo dia ouço dizer desse invejoso que sou.
invariavelmente, no entanto, me calo.
não gosto de pisar em meu próprio calo.
e assim sigo
vi-vendo...
Vitório Vilas
dia desses ouvi sobre um cara
que disse ter conseguido ficar invisível
pôs-se em frente ao espelho sem, porém
fazer pose
fechou os olhos e pronto; nunca mais se viu
invisí-viu?
ele não.
num outro dia, ouvi sobre uma moça
que dizia conseguir enganar todo e qualquer trouxa
a começar por si mesma.
desde pequena mente pra si.
mente tanto, mente muito, muito mesmo
que todos crêem nas mentiras que ela conta
a começar por ela
sua vida é poesia e prosa
menti-rosa?
sim, pra ela.
hoje, no entanto, a maior das maiores
me veio assim, por acaso, quase que sem querer
aos ouvidos
ouvi falar de um cara que sabia não ouvir
não era questão de prestar ou não atenção
era mais como uma função "mute" de tv
ele apertava o mamilo esquerdo e ...
chamaram-lhe de mentiroso.
todavia, não ficou nervoso
sabia que era apertar o mamilo
o esquerdo
e todo e qualquer segredo
continuaria assim...
secreto.
amanhã certamente ouvirei de outros especiais
diferentes e coisas e tais
que sabem isso, que fazem aquilo
que são sempre únicos
púnicos... todos.
traem a própria sorte
ao revelarem segredos tamanhos
quem não quererá agora seus ganhos
a começar por mim...
todo dia ouço dizer desse invejoso que sou.
invariavelmente, no entanto, me calo.
não gosto de pisar em meu próprio calo.
e assim sigo
vi-vendo...
Vitório Vilas
Sunday, July 01, 2007
.
há quem diga
que tudo tem hora e lugar
mas qual será
o lugar da hora
diz qual será
a hora do lugar
?
será que é lá
onde o vento faz a curva
será que a hora
é a hora H
seja-se lá
a que horas for
não haveria lugar
melhor que aqui
não haveria hora
melhor que agora.
me diz onde, então
me diz que horas são
me diz a hora de ir
que eu vou
já fui
viu?
quem mandou perder a hora...
Vitório Vilas
há quem diga
que tudo tem hora e lugar
mas qual será
o lugar da hora
diz qual será
a hora do lugar
?
será que é lá
onde o vento faz a curva
será que a hora
é a hora H
seja-se lá
a que horas for
não haveria lugar
melhor que aqui
não haveria hora
melhor que agora.
me diz onde, então
me diz que horas são
me diz a hora de ir
que eu vou
já fui
viu?
quem mandou perder a hora...
Vitório Vilas
Monday, June 18, 2007
doce
.
procuro música pr'agora
mas não há
foi-se embora a doçura dessa vida
foi-se embora...
procuro um abraço
mas no ar
foi-se embora a felicidade de um amigo
pelo menos por hoje...
há quem diga "vai passar"
e vai
mas demora...
que importa o quão bela seja a chuva que cai
se não molhará teu rosto jamais
só as flores agora. só há flores
flores e lembranças... as lembranças também
de um tempo que será nunca outrora
de um tempo que será nunca de outrem
doces tempos.
têm por ti total apego.
mas agora tem de ir.
deixa, então.
solta a mão. já é hora
ou não. quem julgará?
deixa ir. doce que só era.
deixa ir.
doce. que só era. ela.
Vitório Vilas
procuro música pr'agora
mas não há
foi-se embora a doçura dessa vida
foi-se embora...
procuro um abraço
mas no ar
foi-se embora a felicidade de um amigo
pelo menos por hoje...
há quem diga "vai passar"
e vai
mas demora...
que importa o quão bela seja a chuva que cai
se não molhará teu rosto jamais
só as flores agora. só há flores
flores e lembranças... as lembranças também
de um tempo que será nunca outrora
de um tempo que será nunca de outrem
doces tempos.
têm por ti total apego.
mas agora tem de ir.
deixa, então.
solta a mão. já é hora
ou não. quem julgará?
deixa ir. doce que só era.
deixa ir.
doce. que só era. ela.
Vitório Vilas
Wednesday, June 13, 2007
piegas, porém piegas.
.
te amo com todos os meus panos e minha geladeira
e meu fogão e minha mesa; meus panos de chão
e minha comida; te amo com meu celular
e minha bebida
te amo com minha porta, janela, tigelas
e discos de vinil
te amo com meu computador e meu estado civil
com meu cpf, te amo. com minha identidade, te amo
te amo até com o carro que um dia terei
com a casa e os filhos que sem dúvida serão teus
e meus, espero...
te amo com a minha tv, rádio e dvd
com meus livros, te amo. com meus gibis também
te amo com a cortina e com o chuveiro
te amo com dezembro e janeiro
de domingo a domingo, com o relógio, te amo
te amo até com as fotos de minhas ex-namoradas
minhas piadas, minhas risadas, minhas viagens
e a comida enlatada. com tudo isso, te amo
com o bule, o café ou o chá
com tudo isso, te amo
te amo, te amo e te amo. te amo comigo
só não te amo sem mim...
se te amo tanto e com tanto
imagina tu, me amo mais.
Vitório Vilas
te amo com todos os meus panos e minha geladeira
e meu fogão e minha mesa; meus panos de chão
e minha comida; te amo com meu celular
e minha bebida
te amo com minha porta, janela, tigelas
e discos de vinil
te amo com meu computador e meu estado civil
com meu cpf, te amo. com minha identidade, te amo
te amo até com o carro que um dia terei
com a casa e os filhos que sem dúvida serão teus
e meus, espero...
te amo com a minha tv, rádio e dvd
com meus livros, te amo. com meus gibis também
te amo com a cortina e com o chuveiro
te amo com dezembro e janeiro
de domingo a domingo, com o relógio, te amo
te amo até com as fotos de minhas ex-namoradas
minhas piadas, minhas risadas, minhas viagens
e a comida enlatada. com tudo isso, te amo
com o bule, o café ou o chá
com tudo isso, te amo
te amo, te amo e te amo. te amo comigo
só não te amo sem mim...
se te amo tanto e com tanto
imagina tu, me amo mais.
Vitório Vilas
.
e o que dirá do que acontece
do outro lado de lá
outro lado de qualquer lugar
quando chove forte
quando tudo cheira a morte e cinza
o que dirá do que acontece
com o resto do mundo
quando duas gotas se chocam no ar...?
o que dirá, hein? o que dirá?
dirá nada. é o que dirá
quando as duas gotas se chocarem no ar
absolutamente nada, pois é o que
há pra falar...
estão todos ocupados demais
pra ver a chuva cair
tolos. todos tolos.
insistem em dizer
não ter tempo pra ver
a chuva cair.
mal sabem todos
que cada vez menos chuva cai.
haverá o dia em que nuvem nenhuma
surgirá no céu.
gota nenhuma se chocará no ar.
nada mais acontecerá aqui
ou do lado de lá.
só o azul do céu...
tolos. somos todos tolos.
Vitório Vilas
e o que dirá do que acontece
do outro lado de lá
outro lado de qualquer lugar
quando chove forte
quando tudo cheira a morte e cinza
o que dirá do que acontece
com o resto do mundo
quando duas gotas se chocam no ar...?
o que dirá, hein? o que dirá?
dirá nada. é o que dirá
quando as duas gotas se chocarem no ar
absolutamente nada, pois é o que
há pra falar...
estão todos ocupados demais
pra ver a chuva cair
tolos. todos tolos.
insistem em dizer
não ter tempo pra ver
a chuva cair.
mal sabem todos
que cada vez menos chuva cai.
haverá o dia em que nuvem nenhuma
surgirá no céu.
gota nenhuma se chocará no ar.
nada mais acontecerá aqui
ou do lado de lá.
só o azul do céu...
tolos. somos todos tolos.
Vitório Vilas
Wednesday, May 30, 2007
e no fim, ser-me, enfim...
.
pois bem...
me ensina a ser como tu
tu, azul, ou verde, ou madura.
me ensina a ser quem atura
quem se acha
ou quem se perde
me ensina a ser o nerd que passa
a vida inteira tentando não ser
me ensina a crescer
pois eu quero é ser gente grande
me esina a ser o que tange
o intocável, ilegível, inenarrável
quero ser o que define
sem ter definição
ímpar. quero ser teu par.
mar. quero ser tua praia.
quero ser quem caia
sou quem sei ficar em pé... mas quem não é?
me ensina a ser o que tu é
seja lá o que tu for
preto&branco ou incolor
inodoro, insípido
me ensina a ser água potável
me bebe... sou doce e adorável
me bebe... me faz parte de ti
me ensina a ser tua urina
quero ser quem sabe como sair
me ensina a ser quem contamina
quero ser quem entra sem pedir
me ensina, vai. me ensina.
aprendo rápido. e se não, e daí?
quero ser qualquer coisa mesmo...
e aí? me ensina?
Vitório Vilas
pois bem...
me ensina a ser como tu
tu, azul, ou verde, ou madura.
me ensina a ser quem atura
quem se acha
ou quem se perde
me ensina a ser o nerd que passa
a vida inteira tentando não ser
me ensina a crescer
pois eu quero é ser gente grande
me esina a ser o que tange
o intocável, ilegível, inenarrável
quero ser o que define
sem ter definição
ímpar. quero ser teu par.
mar. quero ser tua praia.
quero ser quem caia
sou quem sei ficar em pé... mas quem não é?
me ensina a ser o que tu é
seja lá o que tu for
preto&branco ou incolor
inodoro, insípido
me ensina a ser água potável
me bebe... sou doce e adorável
me bebe... me faz parte de ti
me ensina a ser tua urina
quero ser quem sabe como sair
me ensina a ser quem contamina
quero ser quem entra sem pedir
me ensina, vai. me ensina.
aprendo rápido. e se não, e daí?
quero ser qualquer coisa mesmo...
e aí? me ensina?
Vitório Vilas
Tuesday, May 29, 2007
dadaísmo
.
de vez em quando a gente sente vontade
de brincar de ver se a menina sente saudade
aí a gente manda uma mensagem
um telefonema, ou diz que estava de passagem
só pra ver no que vai dar...
geralmente não dá em nada
bom mesmo é quando dá.
dá pra entender?
Vitório Vilas
de vez em quando a gente sente vontade
de brincar de ver se a menina sente saudade
aí a gente manda uma mensagem
um telefonema, ou diz que estava de passagem
só pra ver no que vai dar...
geralmente não dá em nada
bom mesmo é quando dá.
dá pra entender?
Vitório Vilas
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