.
se minha cidade fosse segura
eu passaria 1/4 da minha hora de almoço
dormindo em meu carro, janelas abertas
banco deitado, estacionado numa praça
deibaixo duma sombra qualquer.
segura mesmo. que eu não tivesse medo.
se minha cidade fosse segura
eu respiraria em cada horário
seu cheiro de cidade segura
andando no meio da rua
atravessando sempre na faixa.
segura mesmo. que eu não tivesse medo.
se minha cidade fosse segura
a noite nela seria mesmo uma criança
na praia, na areia, na porta do prédio
sentado na rua em cadeira de plástico
3 ou 4 amigos. 12 latas e hora pra dormir.
segura mesmo. que eu não tivesse medo.
eu acho até que arriscaria ser prefeito
se meu estado fosse seguro
mas no estado em que estou
prefiro ficar calado.
minha cidade não é segura
as paredes têm ouvidos
e batem forte
mafiosas
têm o dom da claustrofobia
a idéia é a seguinte, então...
numa cidade insegura como a minha
seja o melhor amigo das suas paredes.
Vitório Vilas
Thursday, December 18, 2008
Tuesday, December 16, 2008
.
será que eu voltei?
será que dá tempo de voltar?
a vida, amiga, deixa a gente cair
e tocar o chão?
deixa não. deixa nada.
na vida o tempo voa.
o tempo mata.
cura.
faz esquecer.
o tempo escorre
acaba...
só não acelera
nem espera acontecer.
30 minutos
14 linhas
12 1/2 músicas
3 cigarros
6 goles num café.
esfriou antes do fim.
109 teclas.
eu contei.
1 bocejo
10 desejos diferentes
todos ligados entre si
uma noite. um só destino.
erros. muitos delas a corrigir.
eu sigo voltando. aos poucos.
e você, como vai?
será que eu voltei?
será que dá tempo de voltar?
a vida, amiga, deixa a gente cair
e tocar o chão?
deixa não. deixa nada.
na vida o tempo voa.
o tempo mata.
cura.
faz esquecer.
o tempo escorre
acaba...
só não acelera
nem espera acontecer.
30 minutos
14 linhas
12 1/2 músicas
3 cigarros
6 goles num café.
esfriou antes do fim.
109 teclas.
eu contei.
1 bocejo
10 desejos diferentes
todos ligados entre si
uma noite. um só destino.
erros. muitos delas a corrigir.
eu sigo voltando. aos poucos.
e você, como vai?
Thursday, October 23, 2008
.
deixei pra mim um recado
na porta da geladeira
dizendo "volto logo
ponha pó na cafeteira
esquenta a água, senta e espera"
assim o fiz
enquanto me via saindo pela porta
saí feliz
sem olhar pra trás, sem me dar resposta
"que horas volta?"
...
cá estou, ainda
já está frio o café
mas me espero, tenho fé
que volto logo
saí a pé, não fui longe
quero crer...
as horas passam
saudade aumenta
angústia tenta
fazer tormenta
onde ora calmaria
fazia casa
decido, vou-me embora
em busca de mim
saio pela porta de trás
momentos antes de entrar
pela porta da frente
"blam"
...
"blam"
e a noite que tinha tudo
para ser sã
vira absurdo.
um eu sem mim
desencontro
reclames do plim plim
frases sem ponto
pontos sem nó
nó na garganta
de longe tudo me encanta
de perto tudo é feio
noite adentro, sigo sem freio
ritmado pelas cores e dores
da TV
de repente
ali, sentado na poltrona
nela me vejo
me desejo mais que nunca
agora sou estrela
não me quero mais em mim
por sorte, sempre terei os intervalos comerciais.
a não ser que, por orgulho, eu navegue por canais
até, quem sabe, cair na rede
e ser cibernético
virtual
existente apenas em mim
cobra comendo o próprio rabo
satisfeito estou.
não há nada trágico em ser autropofágico.
Vitório Vilas
deixei pra mim um recado
na porta da geladeira
dizendo "volto logo
ponha pó na cafeteira
esquenta a água, senta e espera"
assim o fiz
enquanto me via saindo pela porta
saí feliz
sem olhar pra trás, sem me dar resposta
"que horas volta?"
...
cá estou, ainda
já está frio o café
mas me espero, tenho fé
que volto logo
saí a pé, não fui longe
quero crer...
as horas passam
saudade aumenta
angústia tenta
fazer tormenta
onde ora calmaria
fazia casa
decido, vou-me embora
em busca de mim
saio pela porta de trás
momentos antes de entrar
pela porta da frente
"blam"
...
"blam"
e a noite que tinha tudo
para ser sã
vira absurdo.
um eu sem mim
desencontro
reclames do plim plim
frases sem ponto
pontos sem nó
nó na garganta
de longe tudo me encanta
de perto tudo é feio
noite adentro, sigo sem freio
ritmado pelas cores e dores
da TV
de repente
ali, sentado na poltrona
nela me vejo
me desejo mais que nunca
agora sou estrela
não me quero mais em mim
por sorte, sempre terei os intervalos comerciais.
a não ser que, por orgulho, eu navegue por canais
até, quem sabe, cair na rede
e ser cibernético
virtual
existente apenas em mim
cobra comendo o próprio rabo
satisfeito estou.
não há nada trágico em ser autropofágico.
Vitório Vilas
Friday, January 18, 2008
.
é mais fácil do que parece. primeiro, junte tudo num só lugar, depois espalhe por aí, de modo que cada coisa, seja ela o que for, olhe pra nada além de si. aliás, as coisas não precisam ter olhos pra olhar pra si. não nesse sentido.
depois, adicione um pouco de saliva. é, saliva. cuspe? não, cuspe não. cuspe é saliva em movimento. entenda de vez, uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa. mesmo que essas coisas sejam a mesma coisa. a ação é o que as define. mesmo que passivamente. afinal, saliva não pede pra ser cuspida. nunca.
mas onde eu estava mesmo? ah, a saliva. pois é. passe-a em cada coisa com a língua, como se as coisas fossem as coxas as quais você deseja de paixão. mas nada de ereções ou inundações, ok? afinal de contas, coisas são só coisas. não há motivos pra excitação. e nem é pra isso que estamos aqui mesmo. lembre-se, é pra aprender a fazer. e é fácil. mais do que parece.
enfim, a saliva. passe-a com a língua. a língua é parte importante do corpo. é com ela que toca-se e sente-se o gosto ao mesmo tempo. depois, pegue cada coisa, uma por uma, ajoelhe-se em frente a tv, e faça-as assistir ao jornal nacional. pronto, agora elas sabem omitir. é, coisas aprendem. algumas menos do que o que são destinadas a fazer. mas não as suas coisas, pois elas agora estão cobertas por saliva, lembra? a sua saliva.
agora, praia. sol de meio dia. mas corra, pois a saliva não pode secar e dia nublado não vale. não há luz suficiente. e é lá na saliva onde está o aprendizado das coisas. enterre-as como se plantasse um bonsai. é, aquela arvorezinha atrofiada. agora vá pra casa. e durma. acorde, beba água e vá ao banheiro. volte ao quarto. janela. olhe lá fora, todas as coisas não enterradas ou lambidas por você. vê?
eu também. todo santo dia. agora que você já sabe como é, que tal?
vitório vilas
é mais fácil do que parece. primeiro, junte tudo num só lugar, depois espalhe por aí, de modo que cada coisa, seja ela o que for, olhe pra nada além de si. aliás, as coisas não precisam ter olhos pra olhar pra si. não nesse sentido.
depois, adicione um pouco de saliva. é, saliva. cuspe? não, cuspe não. cuspe é saliva em movimento. entenda de vez, uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa. mesmo que essas coisas sejam a mesma coisa. a ação é o que as define. mesmo que passivamente. afinal, saliva não pede pra ser cuspida. nunca.
mas onde eu estava mesmo? ah, a saliva. pois é. passe-a em cada coisa com a língua, como se as coisas fossem as coxas as quais você deseja de paixão. mas nada de ereções ou inundações, ok? afinal de contas, coisas são só coisas. não há motivos pra excitação. e nem é pra isso que estamos aqui mesmo. lembre-se, é pra aprender a fazer. e é fácil. mais do que parece.
enfim, a saliva. passe-a com a língua. a língua é parte importante do corpo. é com ela que toca-se e sente-se o gosto ao mesmo tempo. depois, pegue cada coisa, uma por uma, ajoelhe-se em frente a tv, e faça-as assistir ao jornal nacional. pronto, agora elas sabem omitir. é, coisas aprendem. algumas menos do que o que são destinadas a fazer. mas não as suas coisas, pois elas agora estão cobertas por saliva, lembra? a sua saliva.
agora, praia. sol de meio dia. mas corra, pois a saliva não pode secar e dia nublado não vale. não há luz suficiente. e é lá na saliva onde está o aprendizado das coisas. enterre-as como se plantasse um bonsai. é, aquela arvorezinha atrofiada. agora vá pra casa. e durma. acorde, beba água e vá ao banheiro. volte ao quarto. janela. olhe lá fora, todas as coisas não enterradas ou lambidas por você. vê?
eu também. todo santo dia. agora que você já sabe como é, que tal?
vitório vilas
Sunday, January 13, 2008
das entrelinhas da folha
.
ame ame ame inhame
é foda foder com fome.
depois do gozo, o pão
que o diabo amassou.
depois dos desjejuns, o sono
anestésico e sem sonhos memoráveis.
a cola, a corda
acolá, acorda
a corda, a cola
acorda acolá. do outro lado, no céu?
ou no inferno?
naaaaaa! o inferno era aqui.
qual será a manchete logo mais?
vitório vilas
ame ame ame inhame
é foda foder com fome.
depois do gozo, o pão
que o diabo amassou.
depois dos desjejuns, o sono
anestésico e sem sonhos memoráveis.
a cola, a corda
acolá, acorda
a corda, a cola
acorda acolá. do outro lado, no céu?
ou no inferno?
naaaaaa! o inferno era aqui.
qual será a manchete logo mais?
vitório vilas
Thursday, December 13, 2007
formoZo
.
cabe a cada um muito mais que pensa
o vulgo vulgar.
cada um que se conhece
pois que se compre
e dessa maneira a gente faz um mundo melhor.
cabe o que se faz
o que se diz
e o que se paga
só não cabe o do outro lado do espelho
na frente de cada um.
aposto, cada um gostaria
de ter um outro ao lado bem agora.
embora poucas vezes um outro
gostaria de ter o cada um ao lado.
lance de dados viciados
é quando há feliz coincidência.
aí, assim deveria ser
perderia-se a decência hipócrita
a doença dos bons costumes
e foderia-se. foderiam-se.
trepariam-se entre si os que quisessem
e assim seria.
mas não é.
uns dizem foda-se.
outros fodem-se.
outros fazem amor.
mas todos; e eu digo todos
gozam.
o gozo. o seu, meu, o do bozo.
todo gozo é igual.
só muda o dono. e as células sensoriais.
os casais.
não se engravida de um dedo.
não, ana maria, não.
pois bem, então sorria.
segure forte a minha mão.
isso. forte.
assim...
Vitório Vilas
cabe a cada um muito mais que pensa
o vulgo vulgar.
cada um que se conhece
pois que se compre
e dessa maneira a gente faz um mundo melhor.
cabe o que se faz
o que se diz
e o que se paga
só não cabe o do outro lado do espelho
na frente de cada um.
aposto, cada um gostaria
de ter um outro ao lado bem agora.
embora poucas vezes um outro
gostaria de ter o cada um ao lado.
lance de dados viciados
é quando há feliz coincidência.
aí, assim deveria ser
perderia-se a decência hipócrita
a doença dos bons costumes
e foderia-se. foderiam-se.
trepariam-se entre si os que quisessem
e assim seria.
mas não é.
uns dizem foda-se.
outros fodem-se.
outros fazem amor.
mas todos; e eu digo todos
gozam.
o gozo. o seu, meu, o do bozo.
todo gozo é igual.
só muda o dono. e as células sensoriais.
os casais.
não se engravida de um dedo.
não, ana maria, não.
pois bem, então sorria.
segure forte a minha mão.
isso. forte.
assim...
Vitório Vilas
Thursday, December 06, 2007
a carta de amor que nunca entreguei
.
queria poder dizer
"me encontre em hora x, dia tal"
coisa assim, coisa e tal
levaria uma caixa de chocolates
diets, pois sei o quão tememosa é você
com açúcares e seus dentes.
dentes que compoem sorriso-poesia
alegria de qualquer uma de minhas manhãs
acordadas ao teu lado.
queria poder dizer "me espera na janela"
bem na hora do mais belo pôr-do-sol
e te levar flores arrancadas na hora
só pra depois ir embora
deixando um rastro de saudade à tua frente.
queria teu abraço eterno
tua paciência pequena
inquietude plena
tuas brigas amenas
teu colo nervoso...
queria morar na tua cidade.
ser teu vizinho de cima.
queria te inventar minhas verdades.
vitimado por tua manobra-prima
adormecer... queria.
cantarolar em teus curtos cabelos
que curto demais teu cafuné.
"que tal um café?"
o teu olhar, o maior dos teus zelos...
queria, sem querer
que essas palavras chegassem aos teus ouvidos
mas você não sabe esse endereço
tão bem quanto sei o teu.
que pena.
que pena.
Vitório Vilas
queria poder dizer
"me encontre em hora x, dia tal"
coisa assim, coisa e tal
levaria uma caixa de chocolates
diets, pois sei o quão tememosa é você
com açúcares e seus dentes.
dentes que compoem sorriso-poesia
alegria de qualquer uma de minhas manhãs
acordadas ao teu lado.
queria poder dizer "me espera na janela"
bem na hora do mais belo pôr-do-sol
e te levar flores arrancadas na hora
só pra depois ir embora
deixando um rastro de saudade à tua frente.
queria teu abraço eterno
tua paciência pequena
inquietude plena
tuas brigas amenas
teu colo nervoso...
queria morar na tua cidade.
ser teu vizinho de cima.
queria te inventar minhas verdades.
vitimado por tua manobra-prima
adormecer... queria.
cantarolar em teus curtos cabelos
que curto demais teu cafuné.
"que tal um café?"
o teu olhar, o maior dos teus zelos...
queria, sem querer
que essas palavras chegassem aos teus ouvidos
mas você não sabe esse endereço
tão bem quanto sei o teu.
que pena.
que pena.
Vitório Vilas
Friday, November 30, 2007
.
eu invento coisas. coisas que existem.
mas não copio ninguém. não, isso não.
isso eu deixo pra os espertos.
eu invento é coisa que exise.
por exemplo...
tempo atrás inventei que eu fotografo.
desde então tenho inventado umas fotos.
uns ângulos. perspectivas.
acho que a perspectiva é uma invenção
(e quem a inventou é um gênio.
tem umas coisas que eu gostaria de ter inventado
a percepção é uma delas. ah, e o youtube também)
i
n
vento
e
n
t
o que eu quiser.
a hora que quiser.
sabe como é?
centenas de milhares
os mais variados tipos
impossíveis de conceber
seletas.
além. aquém. incompleta
s
minhas.
Vitório Vilas
eu invento coisas. coisas que existem.
mas não copio ninguém. não, isso não.
isso eu deixo pra os espertos.
eu invento é coisa que exise.
por exemplo...
tempo atrás inventei que eu fotografo.
desde então tenho inventado umas fotos.
uns ângulos. perspectivas.
acho que a perspectiva é uma invenção
(e quem a inventou é um gênio.
tem umas coisas que eu gostaria de ter inventado
a percepção é uma delas. ah, e o youtube também)
i
n
vento
e
n
t
o que eu quiser.
a hora que quiser.
sabe como é?
centenas de milhares
os mais variados tipos
impossíveis de conceber
seletas.
além. aquém. incompleta
s
minhas.
Vitório Vilas
telEUfonema
.
é. eu falo mesmo comigo.
qual o problema?
algum problema se de vez
em quando, quando me sinto só
eu falo sozinho?
nem é tão difícil assim.
falo dos mais variados assuntos
mas só dos que eu gosto...
é que não tem graça falar comigo
sobre assuntos que não gosto.
às vezes, durante severas emergências
eu grito "socorro" pra mim mesmo.
foda é quando eu não me ajudo
só pra ver alguém se ferrar na estória
vai dizer que você nunca fez isso na vida...?
é. vai dizer?
ei.
...
...
ô.
...
tô falando com você, ô idiota.
é. você, olhando pra mim. surdo?
alô, você dos espelho.
pensou que eu estava falando com quem?
Vitório Vilas
é. eu falo mesmo comigo.
qual o problema?
algum problema se de vez
em quando, quando me sinto só
eu falo sozinho?
nem é tão difícil assim.
falo dos mais variados assuntos
mas só dos que eu gosto...
é que não tem graça falar comigo
sobre assuntos que não gosto.
às vezes, durante severas emergências
eu grito "socorro" pra mim mesmo.
foda é quando eu não me ajudo
só pra ver alguém se ferrar na estória
vai dizer que você nunca fez isso na vida...?
é. vai dizer?
ei.
...
...
ô.
...
tô falando com você, ô idiota.
é. você, olhando pra mim. surdo?
alô, você dos espelho.
pensou que eu estava falando com quem?
Vitório Vilas
Thursday, October 18, 2007
bom dia
.
e aí deu vontade de novo
do velho novo mais do mesmo
só pra constar
só pra postar
pra não perder o hábito
de falar sozinho pra ninguém
além de você.
como é que foi seu dia?
o meu?
amanheceu de novo e sequer terminou.
acontece... acontece...
Vitório Vilas
e aí deu vontade de novo
do velho novo mais do mesmo
só pra constar
só pra postar
pra não perder o hábito
de falar sozinho pra ninguém
além de você.
como é que foi seu dia?
o meu?
amanheceu de novo e sequer terminou.
acontece... acontece...
Vitório Vilas
do(i)s ocupados
.
café com pão e queijo
e o beijo, cadê?
pegou o elevador
ah, que dor-de-sejo
e o medo de ser
cadê? passou.
foi-se embora
e agora? só à noite.
açoite. na cara.
que tara é essa por rimas cults?
que tara é essa por primas cuteS?
oBra essa... que tara. que cara.
que mara-maravilha. que maravi-ri-lha.
só à noite.
noite.
"então, que tal?" - disse a mão
-pensou o pau-
tentou o seio
acertou em cheio o vão do ar
vão dormir sem se falar
amanhã, manhã, quem sabe o beijo
antes do pão, escova e o queijo.
Vitório Vilas
café com pão e queijo
e o beijo, cadê?
pegou o elevador
ah, que dor-de-sejo
e o medo de ser
cadê? passou.
foi-se embora
e agora? só à noite.
açoite. na cara.
que tara é essa por rimas cults?
que tara é essa por primas cuteS?
oBra essa... que tara. que cara.
que mara-maravilha. que maravi-ri-lha.
só à noite.
noite.
"então, que tal?" - disse a mão
-pensou o pau-
tentou o seio
acertou em cheio o vão do ar
vão dormir sem se falar
amanhã, manhã, quem sabe o beijo
antes do pão, escova e o queijo.
Vitório Vilas
Tuesday, October 02, 2007
snh
.
há o que dizer, sim
só não se sabe como
há quem ame a mim, sim
só não se sabe o dono
de tamanho amor
anônimo, envergonhado
tal qual eu
nunca teve coragem de assumir
suas próprias palavras
(no meu caso, é que às vezes minto)
01:04, o telefone não vai mais tocar
vá dormir, ser deveras burro
de que adianta esperar?
medo dos sonhos que parecem murros?
receio de não conseguir transpor muros
cercas e o ar?
não consegue mais voar, não é verdade?
anda na própria cidade e não consegue
mais encontrar sua casa
tudo mudou e continua tão igual
que do certo só resta mesmo o gozo
ê, maldito dia chuvoso
quem mandou molha-la tanto assim?
não suporto vê-la em tal estado
se não for só por mim
minhas mãos te pedem tanto
quanto te temem as coxas
duas bocas roxas cujo tempo separou
enfim tocam-se...
é quando toca o despertador.
sigo o dia inteiro insone
e imune a sonhos diurnos.
vitório vilas
há o que dizer, sim
só não se sabe como
há quem ame a mim, sim
só não se sabe o dono
de tamanho amor
anônimo, envergonhado
tal qual eu
nunca teve coragem de assumir
suas próprias palavras
(no meu caso, é que às vezes minto)
01:04, o telefone não vai mais tocar
vá dormir, ser deveras burro
de que adianta esperar?
medo dos sonhos que parecem murros?
receio de não conseguir transpor muros
cercas e o ar?
não consegue mais voar, não é verdade?
anda na própria cidade e não consegue
mais encontrar sua casa
tudo mudou e continua tão igual
que do certo só resta mesmo o gozo
ê, maldito dia chuvoso
quem mandou molha-la tanto assim?
não suporto vê-la em tal estado
se não for só por mim
minhas mãos te pedem tanto
quanto te temem as coxas
duas bocas roxas cujo tempo separou
enfim tocam-se...
é quando toca o despertador.
sigo o dia inteiro insone
e imune a sonhos diurnos.
vitório vilas
Friday, September 28, 2007
papel
.
sandálias de papel em dia de chuva
é o que você, confiante, agora calça
e ainda acha que nada te ameaça...
tente apenas ver em que direção
o vento forte insiste e agora sopra
e em que ponto a luz dobra...
e faz tudo em círculos girar
não há espaço pra você
não vê?
não vê.
que azar, são várias poças
e os pingos não findam
brindam e então caem
como as moças
não veja. não vê?
de que lado estou?
em baixo, bem rente
ao solado dos teus pés
pula, dá voadora
entra de sola com os dois pés
a chuva te aguarda, vai
pode confiar em mim.
vitório vilas
sandálias de papel em dia de chuva
é o que você, confiante, agora calça
e ainda acha que nada te ameaça...
tente apenas ver em que direção
o vento forte insiste e agora sopra
e em que ponto a luz dobra...
e faz tudo em círculos girar
não há espaço pra você
não vê?
não vê.
que azar, são várias poças
e os pingos não findam
brindam e então caem
como as moças
não veja. não vê?
de que lado estou?
em baixo, bem rente
ao solado dos teus pés
pula, dá voadora
entra de sola com os dois pés
a chuva te aguarda, vai
pode confiar em mim.
vitório vilas
Wednesday, September 19, 2007
parabéns.
.
uma tarde apenas
é o que peço pra fazer
valer a pena
uma existência regada
a gotas de você.
um atar de cenas
demais até pra esquecer
a dor pequena
d'uma não-vida marcada
a longas secas de você
dos caracóis amarelos
quero apenas a casa
o abrigo dos milhares
de fios em minhas mãos.
puxa. puxo.
puxa vida. faz tanto tempo.
e ontem faz hoje, agorinha
parecer ser.
Vitório Vilas
uma tarde apenas
é o que peço pra fazer
valer a pena
uma existência regada
a gotas de você.
um atar de cenas
demais até pra esquecer
a dor pequena
d'uma não-vida marcada
a longas secas de você
dos caracóis amarelos
quero apenas a casa
o abrigo dos milhares
de fios em minhas mãos.
puxa. puxo.
puxa vida. faz tanto tempo.
e ontem faz hoje, agorinha
parecer ser.
Vitório Vilas
Wednesday, September 12, 2007
Sunday, August 12, 2007
dos males, o menor
.
e se de repente o cara, que não tinha a menor intenção e nem vontade, vai lá e, mesmo assim, faz? o que é que pensariam se ele, que nunca sequer pareceu esse tipo de pessoa, nunca antes dera motivos para que nem mesmo suspeitassem que ele seria capaz de tal coisa; se ele ao menos tencionasse o ato, o que será que repetiriam os alaridos? se as coisas das quais ele fosse capaz e essas sabidas por todos nunca tivessem sido indícios, agravantes... infelicidade do destino, talvez, mas o que importa é que ele fez. e então, qual das pedras você atiraria?
fica difícil responder sem saber do que se trata, é bem verdade, mas infelizmente não posso contar o que sei. digo apenas que é algo tão feio, tão podre e desumano que você não quereria saber quem o cometeu.
eu sei os dois. quem fez e o que fez. mas sofre bem mais que eu ele, que sabe, além de si e de seus atos, de suas razões.
isso me basta para viver feliz.
Vitório Vilas
e se de repente o cara, que não tinha a menor intenção e nem vontade, vai lá e, mesmo assim, faz? o que é que pensariam se ele, que nunca sequer pareceu esse tipo de pessoa, nunca antes dera motivos para que nem mesmo suspeitassem que ele seria capaz de tal coisa; se ele ao menos tencionasse o ato, o que será que repetiriam os alaridos? se as coisas das quais ele fosse capaz e essas sabidas por todos nunca tivessem sido indícios, agravantes... infelicidade do destino, talvez, mas o que importa é que ele fez. e então, qual das pedras você atiraria?
fica difícil responder sem saber do que se trata, é bem verdade, mas infelizmente não posso contar o que sei. digo apenas que é algo tão feio, tão podre e desumano que você não quereria saber quem o cometeu.
eu sei os dois. quem fez e o que fez. mas sofre bem mais que eu ele, que sabe, além de si e de seus atos, de suas razões.
isso me basta para viver feliz.
Vitório Vilas
Tuesday, August 07, 2007
"essa noite não"
.
desde que vi o vermelho-baton dos seus grandes lábios carnudos não consigo parar de pensar em ti. é tão bom gosto que exala, a humi(l)dade tua, a carne nua. e a vida lá fore corre que só. e aí dentro do teu vestido, roupa de baixo sei que não há. e sei que é só pra me encantar. pra me deixar ver apenas o vermelho-baton dos teus lábios e mais nádegas. mas aqui, cá onde estou, não tem você, só tem teu cheiro cheiroso, tua lembrança formosa e tua voz ecoando. fico quieto, lembrando dos teus movimentos lisos, a textura da tua pele com frio ou calor; o gosto do teu suor e da tua saliva e do gosto dos teus grandes lábios carnudos. lembro da moldura dos teus seios que guardo na memória e apalpo no ar, desenhando com a palma das mãos e as pontas dos dedos os segredos deles que são só teus, tão teus. e nesse vai e vem de orgasmos imagéticos, durmo, enfim, esperançoso de que sonhe sobre ti.
Vitório Vilas
desde que vi o vermelho-baton dos seus grandes lábios carnudos não consigo parar de pensar em ti. é tão bom gosto que exala, a humi(l)dade tua, a carne nua. e a vida lá fore corre que só. e aí dentro do teu vestido, roupa de baixo sei que não há. e sei que é só pra me encantar. pra me deixar ver apenas o vermelho-baton dos teus lábios e mais nádegas. mas aqui, cá onde estou, não tem você, só tem teu cheiro cheiroso, tua lembrança formosa e tua voz ecoando. fico quieto, lembrando dos teus movimentos lisos, a textura da tua pele com frio ou calor; o gosto do teu suor e da tua saliva e do gosto dos teus grandes lábios carnudos. lembro da moldura dos teus seios que guardo na memória e apalpo no ar, desenhando com a palma das mãos e as pontas dos dedos os segredos deles que são só teus, tão teus. e nesse vai e vem de orgasmos imagéticos, durmo, enfim, esperançoso de que sonhe sobre ti.
Vitório Vilas
Thursday, August 02, 2007
piro
.
with gasoline on my shoulder, i walk over fire
and the entire world knows who i am
i'm the one made of nothing
i'm the one that lives nowhere
the thing you people call "dare"
i just don't exist
if you resist... if you refuse
just don't abuse, i'll find out
anyways... the days run fast
pretty fast...
with gasoline on my shoulder
i smoke my last cigarrete
people i've met can be seen
from the deepest inside part
of my head...
my mind burns
flames chemistry explains
in small parts of a second
i'll be simply remains...
with gasoline on my shoulder, i walk over fire...
over fire.
Vitório Vilas
with gasoline on my shoulder, i walk over fire
and the entire world knows who i am
i'm the one made of nothing
i'm the one that lives nowhere
the thing you people call "dare"
i just don't exist
if you resist... if you refuse
just don't abuse, i'll find out
anyways... the days run fast
pretty fast...
with gasoline on my shoulder
i smoke my last cigarrete
people i've met can be seen
from the deepest inside part
of my head...
my mind burns
flames chemistry explains
in small parts of a second
i'll be simply remains...
with gasoline on my shoulder, i walk over fire...
over fire.
Vitório Vilas
Tuesday, July 31, 2007
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.
faz um favor pra mim aqui
pequeno, prometo. do tamanho de mim
em ti
me esquece.
me deleta de onde resido em ti
imagens, sons, movimentos.
shift del
sem chance de retorno.
se sentir saudade?
vontade de me executar?
download me. mas não me salva em ti.
nunca mais. apenas executa. clica "abrir"
nunca mais "salvar destino como"...
não me quero mais só teu
é isso. entendeu?
sou agora freeware.
free, ué.
Vitório Vilas
faz um favor pra mim aqui
pequeno, prometo. do tamanho de mim
em ti
me esquece.
me deleta de onde resido em ti
imagens, sons, movimentos.
shift del
sem chance de retorno.
se sentir saudade?
vontade de me executar?
download me. mas não me salva em ti.
nunca mais. apenas executa. clica "abrir"
nunca mais "salvar destino como"...
não me quero mais só teu
é isso. entendeu?
sou agora freeware.
free, ué.
Vitório Vilas
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