Thursday, February 01, 2007

desabafos emeesseênicos à amiga marília

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pode crer... o tédio ainda me mata
já li livro... já reli os melhores capítulos...
já escrevi... deletei depois....
comi feijão, peixe, purê e arroz...
assisti o jornal...
fiquei bem... fiquei mal...
sentei... levantei... deitei...
só não dormi pq ninguém dorme de tédio....
já desci do meu prédio... depois subi de novo....
ja gritei, calado, SOCORRO... dona socorro não ouviu...
gritei, baixinho PUTA QUE PARIU...
nenhuma puta ouviu, que pena...
já fiz cena pra amiga no emeesseêne...
já escovei os dentes...
não penteei o cabelo, dá pra sacar porque....
já fiz tanto... fiz sei lá o que...
e ainda é uma hora...
que demora da porra pra o tédio acabar.
alguém, por favor
me socorra
antes que eu morra
de tédio

- de tédio ninguém morre, seu moço

ié? que saco...
que fundo sem poço
de tédio não se dorme
de tédio não se morre
de tédio só se enche
o saco, que saco.

- fatboy slim mais tarde?

não gosto.

- ai, que tédio.


Vitório Vilas

2 comments:

Anonymous said...

de tédio não se morre, seu moço...
não se morre...

:)


e assim, naturalmente, a poesia exala e se faz ser... por si, por mim, por ele... e por tantas outras coisas belas [ou não]... mas coisas... e isso basta!

Anonymous said...

Pode crer:
o tédio só escorre da mão
daquele que corre
atrás
do vão
e que nunca prendeu a mão
no vão da porta
nunca teve uma namorada
meio errada, meio torta
nunca mudou de estrada
e nem com o sopro da mais linda
sente arrepio na nuca

o tédio

teu tédio

não é mesmo tédio!

é só falta de tesão.

mas passa.
passa?

passa aqui que passa.


rs




beijo!