Wednesday, November 22, 2006

furto cotidiano

.


minha vida é tão cotidiana
que por muitas vezes
amo quando posso me ausentar
dela
mesmo que não mais de
quatro horas
sem mais demora
me mando embora
para um mundo
hora belo, hora imundo
onde recortes
da minha morte cotidiana
são exibidos sem cortes
de forma leviana
mostrando como pano de fundo
lembranças que roubam a cena
que pena
da bela pena do pavão
do choro do Leão
da bela praia paradisíaca
que alivia a lembrança
do dia
da voz do vento
da distorção do tempo
do silêncio, da paz
afogamentos
um dia desses pude voar...
roubam a cena do ar
tiram do ar o sonho.


Vitório Vilas

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