Friday, February 16, 2007

poemo-novela

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pois é... já ouviu falar?
resolvi começar
um dia, quem sabe, termino
com final feliz
toda sexta, um pedacin
um capítulo, um versin
dessa estória que poderia acontecer
com qualquer um...


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rogério é um cara quieto
prefere ficar sob a luz de um teto
que sob a luz do luar
videogame à festa
diz que esse tipo de coisa
não presta, que é violento demais
rogério, apesar de recifense
nunca brinca carnavais
prefere todo o aconhego do lar
seu silêncio, sua paz
sua mãe e a comida dela
e também a janela...
ahhh... a janela.

rapaz quieto e bastante esforçado
rogério, como em todo santo dia
e dia santo também
durante o dia, sempre sai pra trabalhar
em um desses trabalhos quietos
quietos demais até pra um cara
quieto como rogério...

no trabalho, rogério é sério
faz o que deve, que é pra nunca
dever nada a ninguém
senta, trabalha, levanta
toma um café...
vai ao banheiro sempre depois
da água, que é pra "não diminuir
a produtividade, né?"
há quem duvide até que rogério
exista de verdade...

na cidade em que vive, seu intinerário
é simples e quase sempre invariável
casa, trabalho... trabalho, casa
mercadinho, todo dia
vez por outra, padaria
é que lá, sua mãe faz questão de ir
bom dia/tarde/noite pra um vizinha
que quase sempre sorri
"ah, minha filha, é tão bom esse moço
o rogério. rapaz tão sério. por que você...?"
e a gordinha suspira...
"ai, mãe, como eu queria... como eu queria..."

e pelo visto não era ela a única a querer
rogério, rapaz tão sério...




continua...


Vitório Vilas

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