Thursday, January 11, 2007

abra-se

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janela aberta é muriçoca na certa
porta aberta me dá medo de ladrão
peito aberto me dá frio na barriga
é o medo do incerto viver tão aberto...

mão aberta vez por outra é prejú
olhos abertos, quase sempre déjà vu
mente aberta é sapiência de sobra
boca aberta, eu gosto de tu

geladeira aberta é gasto
carteira aberta se tem lastro
tudo que tá aberto um dia fecha
todo vento precisa de um mastro
se a vela estiver aberta
bem aberta...

então aperta o cinto
fecha a porta
e abaixe o vidro da janela
encare o vento
de cara aberta...


Vitório Vilas

1 comment:

Anonymous said...

eu fito
a foto
de fato
me meto
no mito
no mato
me calo
na cela.
falar?
eu fi-lo
na beca
com a boca
esperta
pro espanto
de muita gente
na hora da janta
deixei em cacos
a mulher com copo
de coca
(a minha mãe)
falei
até o que tinha pra calar
cocei a coceirinha
inalcançável
no meio das costas
falei o inevitável
-um monte de bosta!
mas não fiquei calada
pra não me sentir
envergonhada.


(aos poucos tu vai se mostrando, hein, Vilas! vê-se que preocupa-se com as horas, pelo relógio na mão. é mesmo você?)

Beijo